Vídeo mostra momento em que policial militar atira e mata suspeito já imobilizado no RS; corregedoria investiga
09/07/2025
(Foto: Reprodução) Órgão apura conduta de militares envolvidos no caso que terminou na morte de homem rendido em Bom Jesus, na Serra gaúcha. Em Guaíba, uma abordagem de um homem, que está internado em coma induzido, também é investigada. Policial militar atira e mata suspeito já imobilizado no RS
A Corregedoria da Brigada Militar afastou quatro policiais militares após um vídeo mostrar um deles atirando em Geovane Matias Maciel, de 19 anos, que já estava algemado e caído no chão. O caso aconteceu em 4 de março, em Bom Jesus, na Serra gaúcha. (veja acima)
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Segundo a Polícia Civil, Geovane era passageiro de um carro de aplicativo parado em uma blitz. Os policiais constataram que havia um mandado de prisão contra ele por suspeita de incendiar a casa da ex-companheira. Inicialmente, os PMs registraram que ele foi morto ao reagir com uma faca durante a abordagem.
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Reprodução/ RBS TV
No entanto, no final de junho, o Ministério Público recebeu de forma anônima um vídeo que mostra Geovane já algemado quando é atingido por dois tiros. A necropsia apontou que ele foi ferido por quatro disparos, sendo dois antes do início da gravação.
O delegado regional Carlos Alberto Defáveri afirmou que o vídeo levou à instauração de um novo inquérito policial que deve ser concluído em 30 dias. As armas dos policiais e os projéteis extraídos no exame de necropsia estão sendo periciados.
“Assim que soubemos da gravação, avocamos o Inquérito Policial Militar para a corregedoria e afastamos os quatro policiais. Pedimos buscas nas residências e a prisão preventiva do PM identificado como sendo quem atirou", afirmou o corregedor-geral da Brigada Militar, coronel Vladimir Luís Silva da Rosa.
Os nomes dos envolvidos não foram divulgados, mas uma apuração do GDI, o Grupo de Investigação da RBS, mostrou que o PM que atira na vítima é Emerson Brião. Os outros PMs são Bruno Moogen Souza Ramos, Geremias Pezzi Paim e André Remonti.
A defesa de três dos PMs afirmou em nota que eles não efetuaram disparos e que o vídeo mostra apenas um recorte da ocorrência. Segundo os advogados, os policiais estão colaborando com as investigações.
Corregedoria afasta policiais após vídeo mostrar PM atirando em homem algemado
Outro caso em Guaíba
Em Guaíba, na Região Metropolitana, a Polícia Civil e a Corregedoria da Brigada Militar investigam a abordagem de um homem de 43 anos, que está internado em coma induzido desde 24 de junho.
Segundo a polícia, o homem teria roubado um celular e apresentava sinais de surto. Ele foi contido com um golpe conhecido como “mata-leão” e uma arma de choque. Vídeos mostram o homem vestindo uniforme de trabalho e carregando um pedaço de madeira antes de ser imobilizado por quatro policiais, dois deles à paisana. (veja, acima, na reportagem da RBS TV)
“Aguardamos a realização da perícia para dizer o que causou o atual estado de saúde da vítima. Se isso decorreu do uso de drogas, overdose ou do golpe mata-leão que ele sofreu por parte de um policial militar", afirma a delegada Karoline Calegari.
O homem foi levado desacordado para uma viatura e está internado em estado crítico. A Brigada Militar abriu Inquérito Policial Militar para apurar o caso.
“Essa não seria a forma adequada da polícia ter agido. No caso, meu pai foi asfixiado. Imagina, a Brigada Militar não é preparada para asfixiar uma pessoa, não é para fazer isso, a abordagem deles não é matar uma pessoa. Por que ali no caso eles foram agir de má fé. [...] Eu quero só justiça por meu pai agora” declarou Weverson Eduardo Fernandes Nunes, filho da vítima.
Dez dias depois do caso, a BM realizou a troca do comando do 31º Batalhão de Polícia Militar, responsável por Guaíba, mas, segundo o corregedor da BM, não há relação com o caso.
Caso em Santa Maria
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Em Santa Maria, o caso do agricultor Valdemar Both, morto com dois tiros por policiais do Batalhão Ambiental, também é investigado. Para a corregedoria, Valdemar, com um machado na mão, correu atrás de uma policial, e isso motivou os disparos.
"Ele não queria que levassem as motosserras dele. A forma dele impedir foi buscar a agressão com o machado contra a policial. Ela tenta, num primeiro momento, se desvencilhar dele e ela sai correndo. E ele sai correndo atrás dela. Mas, naquele momento, nós preservamos a vida da policial, como preservaríamos a vida se ele fosse atrás de qualquer outra pessoa", afirmou o corregedor.
Por meio de nota, a BM informou que afastou os policiais militares envolvidos de ações de policiamento ostensivo e instaurou um Inquérito Policial Militar.
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Arquivo pessoal
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