RS terá mais chuva, e eventos extremos podem ficar 5 vezes mais frequentes até 2100, aponta estudo da UFRGS

  • 27/11/2025
(Foto: Reprodução)
RS terá mais chuva e eventos extremos até 5 vezes mais frequentes até 2100, aponta estudo O Rio Grande do Sul deve enfrentar mudanças significativas no regime de chuvas nas próximas décadas. De acordo com projeções climáticas, até o ano de 2100, a precipitação média anual no estado pode aumentar 4,8%, enquanto eventos raros, aqueles com tempo de retorno de 100 anos, poderão ocorrer até cinco vezes mais frequentemente. O levantamento, realizado pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e baseado em modelos climáticos globais e regionais, mostra que o Sul do Brasil é uma das regiões mais sensíveis às mudanças no ciclo hidrológico. O aquecimento global intensifica a evaporação e a precipitação, elevando o risco de desastres naturais relacionados à água. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp 🔍 A pesquisa foi feita usando simulações de computador que imitam como rios e chuvas se comportam no futuro. Os cientistas utilizaram dados de clima de vários modelos internacionais e aplicaram no modelo MGB-SA, que calcula vazões e chuvas para grandes bacias. Depois, compararam os números do passado com os do futuro para ver quanto as cheias, secas e chuvas intensas podem mudar. As chuvas intensas, por exemplo, tendem a se tornar mais frequentes e volumosas. Eventos de curta duração, como precipitações de um dia, podem registrar aumento de 15% para chuvas com tempo de retorno de até 10 anos. Esse cenário eleva a probabilidade de alagamentos e enchentes, especialmente em áreas urbanas e próximas a rios. ↪️ O tempo de retorno é a frequência com que o evento extremo pode ocorrer. As cheias também devem se intensificar. As vazões máximas dos rios podem crescer 14% em eventos frequentes e 13% em episódios raros, ampliando a chance de transbordamentos em bacias hidrográficas estratégicas do estado. Em cidades como Porto Alegre e regiões próximas aos rios Taquari e Uruguai, o número de pessoas afetadas por inundações pode dobrar. Por outro lado, as secas não serão menos preocupantes: o estudo aponta para um prolongamento da estação seca em parte do território gaúcho, com déficit hídrico 42% maior. Além disso, as vazões mínimas dos rios devem cair 11%, e as estiagens podem se estender em média três dias a mais por ano, afetando a agricultura e o abastecimento urbano. Confira um resumo dos impactos esperados: Precipitação média: aumento de 4,8% até 2100; Eventos raros (Tempo de Retorno de 100 anos): até 5 vezes mais frequentes; Chuvas máximas diárias: aumento de até 60%; População afetada por enchentes: pode dobrar em áreas urbanas vulneráveis, como Porto Alegre e municípios do Vale do Taquari. Canoas alagada durante enchente no Rio Grande do Sul Globo/Reprodução Desafios para adaptação Após as cheias de 2023 e 2024, o estado iniciou uma revisão profunda nos parâmetros de projetos hidrológicos. As diretrizes atualizadas incluem a incorporação de eventos extremos recentes e ajustes nos cálculos para obras de drenagem e contenção. A meta é garantir que novas infraestruturas estejam preparadas para cenários mais severos, previstos pelas projeções climáticas. 🗓️ O Rio Grande do Sul foi atingido por uma enchente histórica em maio de 2024, que provocou danos em quase todos os municípios, devastou cidades da Região Metropolitana e do Vale do Taquari, retirou milhares de casa e deixou 185 mortos, além de 23 desaparecidos. De todo o país, voluntários e doadores se mobilizaram para prestar ajuda aos atingidos. Especialistas alertam que essa tendência exige adaptação urgente na gestão de recursos hídricos e infraestrutura. Medidas como sistemas de alerta, mapeamento de risco e obras com margens de segurança ampliadas são apontadas como essenciais para reduzir impactos. Entre os critérios simplificados, destaca-se a recomendação para drenagem urbana, que deve ser dimensionada para suportar chuvas de 115 mm em um dia, com tempo de retorno de 10 anos. Já para projetos relacionados a cheias, os cálculos devem considerar um acréscimo de 13% na vazão máxima para eventos com tempo de retorno de 50 anos, refletindo a tendência de aumento na magnitude das enchentes. Os princípios orientadores são claros: os projetos precisam superar o pior evento histórico já registrado e prever o aumento da frequência e intensidade das ocorrências. Essa abordagem busca reduzir vulnerabilidades e evitar que obras recém-construídas se tornem obsoletas diante das mudanças climáticas. Veja algumas medidas urgentes apontadas pela pesquisa: Sistemas de alerta antecipado para enchentes; Infraestrutura resiliente, como diques e drenagem urbana reforçada; Planejamento urbano com mapeamento de áreas de risco; Gestão integrada de recursos hídricos, considerando cenários futuros.

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2025/11/27/rs-tera-mais-chuva-e-eventos-extremos-podem-ficar-5-vezes-mais-frequentes-ate-2100-aponta-estudo-da-ufrgs.ghtml


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