Réu por matar namorada com espada e carbonizar corpo em lareira vai a júri no RS; homem se apresentava como 'bruxo', diz MP
11/12/2025
(Foto: Reprodução) Homem é suspeito de matar a namorada em Porto Alegre
Arquivo Pessoal
O júri de André Ávila Fonseca, réu por assassinar a namorada com um golpe de espada e carbonizar o corpo em uma lareira em Porto Alegre, está previsto para começar às 9h30 desta quinta-feira (11) e deve durar dois dias. Conforme o Ministério Público (MP), órgão responsável pela acusação, o homem se apresentava nas redes sociais como "bruxo" e "necromante". Relembre o caso abaixo.
O crime aconteceu em março de 2023, no bairro Lomba do Pinheiro, na capital. A vítima é Laila Vitória Rocha de Oliveira, de 21 anos, natural do Pará, estado onde vivia com a família. Os dois se conheceram pela internet, e Laila viajou ao RS para conhecer Fonseca, ocasião em que houve o crime.
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul divulgou que o julgamento será no plenário dos grandes júris, no 2º andar do Foro Central I, na capital.
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Para o MP, órgão responsável pela acusação, Fonseca não aceitou o fim do relacionamento nem o desejo de Laila de voltar para casa. Ele responde pelos crimes de homicídio qualificado por meio cruel e uso de fogo, recurso que dificultou a defesa da vítima, contra mulher por razões do sexo feminino, além de posse irregular de munição de arma de fogo de uso permitido.
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Por meio de nota enviada ao g1, os advogados de Fonseca disseram que "reafirmam que buscarão, em todo momento, um julgamento justo, digno e humanizado, no qual a decisão decorra da análise rigorosa das provas e da Constituição, e não de prejulgamentos ou pressões externas" (leia, abaixo, a nota na íntegra).
O processo tramita em segredo de justiça. Fonseca está preso desde 2023 na Penitenciária Estadual de Charqueadas. Conforme os registros policiais, ele já foi condenado uma vez pela Justiça: em 2007, por triplo homicídio tentado.
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Relembre o caso
André Ávila é suspeito de matar a namorada e carbonizar corpo dela
Pedro Trindade/g1 RS
Laila Vitória era natural de Parauapebas, no Pará. Eles se conheceram pela internet em janeiro, e a vítima foi ao RS conhecer o suspeito em fevereiro.
Conforme afirmou a delegada Cristiane em 2023, a vítima estava com passagens compradas para retornar à terra natal na mesma semana que foi morta. Nos dias anteriores ao crime, André teria ficado com um comportamento agressivo.
"Testemunhas nos trouxeram prints de conversas em que ela afirma que estava com medo e que queria ir embora daqui. Ela estava contando os dias, falando com a mãe dela, com uma amiga, dizendo que tava indo embora e que tinha medo dele", contou a autoridade policial na época.
Segundo o MP, vizinhos ouviram tiros e gritos na noite do crime.
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Laila Vitória Rocha de Oliveira, morta por namorado "bruxo" em Porto Alegre
Arquivo pessoal
Motivação religiosa foi descartada
Nas redes sociais, André se apresentava como "Victor Samedi". Ele dizia ser necromante e especialista em trabalhos de magia, como rituais de vingança e quebra de feitiços e demandas. De acordo com a Polícia Civil, o crime não teve motivações religiosas.
"A nossa investigação foca totalmente na linha de feminicídio. Inclusive, todas as provas que estão sendo trazidas ao nosso inquérito policial dão conta de uma violência contra a mulher", disse a delegada em 2023.
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Nota da defesa
"A defesa de André Ávila Fonseca manifesta profundo respeito à memória de Laila Vitória Rocha Oliveira e solidariedade à sua família, reconhecendo a gravidade e a dor que cercam este processo. Ao mesmo tempo, reafirma sua confiança nas instituições da Justiça Criminal Gaúcha e, em especial, na tradição de equilíbrio, racionalidade e senso de justiça do povo do Rio Grande do Sul. representado pelos jurados que comporão o Conselho de Sentença.
No plenário do Júri, os fatos serão reconstruídos em sua complexidade humana, em contexto diverso daquele que tem sido, por vezes, simplificado na narrativa acusatória. A atuação da defesa será pautada por ética, responsabilidade e estrita fidelidade à verdade processual, com absoluto respeito às regras do devido processo legal e ao contraditório, confiando na capacidade intelectual, na independência de espírito e na serenidade dos jurados para distinguir emoção de prova, clamor social de evidência técnica.
Cientes da missão que lhes cabe, os subscritores desta nota reafirmam que buscarão, em todo momento, um julgamento justo, digno e humanizado, no qual a decisão decorra da análise rigorosa das provas e da Constituição, e não de prejulgamentos ou pressões externas".
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