Corpo dentro de mala: publicitário Ricardo Jardim criava perfis falsos com imagens de IA para atrair mulheres, diz polícia
05/09/2025
(Foto: Reprodução) Preso suspeito de deixar mala com parte de corpo em rodoviária no RS
Ricardo Jardim, preso preventivamente nesta sexta-feira (5) suspeito de ter deixado uma mala com o tronco de uma mulher dentro de um armário da rodoviária de Porto Alegre criava perfis falsos nas redes sociais com ajuda de inteligência artificial (IA). De acordo com a Polícia Civil, o publicitário de 66 anos se passava por alguém mais jovem e buscava atrair mulheres.
"Tinha uma notável habilidade na internet. Criava perfis fakes para atrair mulheres. Lá, ele tinha o rosto de um jovem de 20 e poucos anos, que fazia esportes radicais, uma vida muito bonita para quem olha na rede social", explica o delegado Mario Souza.
A polícia informou que vai pedir à Justiça a quebra dos sigilos telefônicos do suspeito. Os investigadores buscam esclarecer se há outras possíveis vítimas.
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Conforme o delegado, Ricardo "é extremamente educado, frio e aparentemente muito inteligente". O diretor do Departamento de Homicídios também se referiu ao suspeito como alguém que dominava técnicas de corte.
Dentro da bagagem, foi encontrado o torso da vítima. Uma semana antes, os braços e as pernas da mesma mulher foram localizados em sacolas de lixo na Zona Leste de Porto Alegre. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) fez a confirmação via teste de DNA.
A vítima morava em Porto Alegre e era namorada de Ricardo. A mulher, de 65 anos, trabalhava como manicure e conheceu o homem em uma pousada.
O crime teria motivação financeira. Conforme a investigação, o homem teria tentado utilizar cartões de crédito da vítima.
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Ronaldo Bernardi/Agência RBS
Vídeo mostra ação do suspeito
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o publicitário Ricardo Jardim deixa uma mala com o tronco de uma mulher no guarda-volumes da Estação Rodoviária de Porto Alegre. A ação aconteceu no dia 20 de agosto, por volta das 20h12. (Veja vídeo abaixo)
Conforme a polícia, foram obtidas imagens de 34 estabelecimentos no entorno da rodoviária. Nas imagens de um supermercado, o suspeito retira a máscara cirúrgica, sendo possível identificar o rosto dele.
A polícia identificou também o trajeto de Ricardo, que logo após sair do supermercado, entrou em uma pensão nas proximidades.
O conteúdo da mala só foi descoberto no dia 1º de setembro, quando funcionários da rodoviária acionaram a polícia após sentirem cheiro forte no local.
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Condenação por matar e concretar a mãe
O suspeito foi condenado a 28 anos por matar e concretar a mãe, segundo a Polícia Civil. O crime ocorreu em 2015, e a decisão da Justiça é de 2018.
Na ocasião, o publicitário foi considerado culpado por três crimes: homicídio duplamente qualificado (motivo torpe ou meio cruel), ocultação de cadáver e posse de arma. Ele negou ter matado a mãe, assumindo apenas que escondeu o corpo.
Da pena, 27 anos deveriam ser cumpridos em regime de reclusão, ou seja, na prisão. E um ano em regime de detenção, em regime aberto ou semiaberto.
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